quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Cadê o cinegrafista???

Catedral da Freguesia do Ó. Tudo certo para começarmos a cerimônia. Apesar de se chamar Catedral, o espaço não é muito grande, os bancos são apertados e os corredores estreitos. Neste dia eu estava filmando a entrada dos padrinhos, dos pais, daminhas e pajens, e quase por último o noivo. Tudo certo até que percebi muitas crianças brincando e correndo por toda a igreja, inclusive nos corredores. Eram filhos de convidados brincando de pega-pega com crianças da rua que sempre ficam perambulando alegres na grande praça em frente à igreja.
Deixei o noivo posicionado ao lado direito do altar e fui até o começo do corredor na porta principal, para filmar as portas se abrindo e a noiva vindo com sua entrada triunfal, mas não percebi que as ajudantes da igreja tinham colocado no final do corredor perto do altar dois bancos virados ao contrário, um de cada lado para evitar que as crianças cruzassem aquele espaço durante a cerimônia. Como todo cinegrafista filma andando de costas até o altar, não percebi os bancos que até há alguns instantes não estavam lá. Quando a noiva já estava próxima do noivo, saí da frente dela para que o noivo pudesse recebê-la, topei, me desequilibrando com o pé na madeira que fica atrás do banco onde as pessoas se ajoelham, e quando numa atitude desesperada tentei colocar o outro pé sem saber no que estava tropeçando, numa fração de segundos, lá estava eu, com o corpo totalmente debaixo do banco, tentando proteger o equipamento em minhas mãos. Fez-se um silêncio ensurdecedor que somente eu ouvia. O padre olhou para mim de canto de olho e não se conteve, sem saber o que fazer começou a rir desencadeando as gargalhadas dos noivos e da igreja que não conseguia se conter, tinha gente que se torcia de tanto rir, principalmente porque o padre a cada duas ou três palavras parava para dar uma risadinha meio sem graça, não conseguindo fazer seu sermão. O noivo disse SSS rsrsrsrsrs III rsrsrsrsrs MMMM rsrsrsrsrsrsrsrs...O Padre se torcia, tossia, parou a cerimônia varias vezes, nesta hora tornei-me  a pessoa de maior destaque daquele momento, um palhaço sem maquiagem, e meu palco passou a ser o altar. Tudo piorou quando tive de encarar todos os convidados na festa.   

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